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[PT] Dois dos quatro fundadores do ateliermob (Nuno Carvalho e Tiago Mota Saraiva) foram sócios fundadores da empresa Extrastudio – arquitectura, urbanismo e design (e-studio). Em 2005, quando três dos cinco sócios fundadores decidiram sair da empresa, os actuais sócios opuseram-se a que mesma encerrasse e, como tal, decidiram comprar as posições de cada um. De fora ficou a avaliação curricular da empresa. Os actuais sócios da Extrastudio, tendo sido informados que a intenção de Nuno Carvalho e Tiago Mota Saraiva era fundar uma nova empresa de projecto, propuseram que todos os co-autores dos diferentes projectos os pudessem utilizar como parte do seu património curricular. A proposta foi feita oralmente e aceite pelas partes.
Em 2007, conforme aqui escrevemos, todos os sócios fundadores do ateliermob foram surpreendidos com uma queixa à Ordem dos Arquitectos por utilização indevida de 7 projectos que os actuais sócios da Extrastudio diziam pertencer exclusivamente ao património curricular da sua empresa - projectos que decidimos mais tarde retirar do nosso curriculum (para sempre). Durante os últimos três anos fomos diversas vezes chamados à Ordem dos Arquitectos e perdemos muitas horas de trabalho no âmbito de um processo de inquérito com contornos ridículos que um dia esperamos vir a esquecer.
A nossa defesa não era só baseada no acordo verbal realizado, desmentido pelos denunciantes, mas no facto de, no site da Extrastudio constarem 11 projectos no âmbito deste acordo - referenciados como 01 Pladur, 002 TKTS, 004 Moradia Bifamiliar, 005 Silo Concept, 006 Com Olhos de Ver, 007 Europan7 Évora, 008 Europan7 La Unión, 009 Europan7 Oslo e 010 Father Collins (realizados antes da constituição da empresa Extrastudio Lda.), 011 Sacavém (contratualizado com Tiago Mota Saraiva e, mais tarde, com o ateliermob) e 023 Colégio (contratualizado com o ateliermob).Todos estes projectos foram realizados por um ou mais fundadores do ateliermob e os dois sócios actuais da Extrastudio, nalguns casos ainda durante os respectivos percursos académicos.
O processo de inquérito (que, estranhamente, se arrastou por três penosos anos) foi arquivado pelo Conselho Nacional de Disciplina da Ordem dos Arquitectos por unanimidade. À data de hoje, a empresa Extrastudio Lda. continua a ter no seu site projectos que, comprovadamente, não foram feitos ou contratualizados com aquela empresa. Depois duma conversa entre os quatro fundadores do ateliermob decidimos que prezamos muito o nosso tempo e as nossas energias para que iniciemos uma batalha jurídica. Os combates que gostamos de travar prendem-se com a melhoria das condições de vida das pessoas sendo que o objectivo de tramar uns colegas nunca nos pareceu motivação suficientemente aliciante.
A todos os que nos têm vindo a perguntar o que se passou, aqui fica a explicação.
Agora, ao trabalho!
Andreia Salavessa
Raquel Capelo
Nuno Carvalho
Tiago Mota Saraiva
[ENG] No english translation.
[PT] As candidaturas ao ateliermob deverão ser enviadas para job[at]ateliermob.com. Não abrimos ficheiros comprimidos com extensão do tipo ZIP ou RAR nem ficheiros superiores a 20Mb. Todas as candidaturas terão uma resposta.
[ENG] Please send job applications to the email job[at]ateliermob.com. We don't open compressed files as ZIP or RAR files or files over 20Mb. All the applications will be answered.
[PT] Já lá vão quase 15 anos.
Programa "Ver Artes / Arquitectura" (1992/96) da TV2 - arquitecturas sem arquitectos.
[PT] A propósito deste estudo, que dá o mote ao destaque com a Sra. Ministra da Cultura, o Público entendeu conversar com "um editor (o sector com mais peso nas indústrias culturais), uma dupla de arquitectos e outra de designers (sectores que mais crescem) e dois produtores de televisão (o audiovisual é o sector com maior crescimento de exportações)".
[link]
Texto:
Falámos com um editor (o sector com mais peso nas indústrias culturais), uma dupla de arquitectos e outra de designers (sectores que mais crescem) e dois produtores de televisão (o audiovisual é o sector com maior crescimento de exportações)
João Rodrigues
editor da Sextante
Às vezes, as formas indirectas de apoio são as mais úteis. "A edição é uma indústria que raramente se socorreu do Estado para sobreviver e ter a importância que tem", diz João Rodrigues, editor da Sextante. E, no entanto, beneficiaria se, por exemplo, o Estado desse alguns benefícios fiscais aos pequenos livreiros, travando assim a "agonia do mercado das livrarias independentes".
São estas livrarias que dão espaço a produtos diferentes dos livros de grande rotação que invadem as grandes livrarias e os hipermercados e que "expulsam os clássicos, os jovens escritores, a grande literatura". Para os pequenos editores, as pequenas livrarias são um espaço para chegarem aos seus públicos. A asfixia de uns leva à dos outros.
Durante três anos, João Rodrigues acreditou que a Sextante poderia sobreviver sozinha - aliás, continua a acreditar que há espaço para as pequenas editoras ("quanto maiores são as bolas das grandes, mais pequenos espaços vão surgindo entre essas bolas"). A única coisa que é preciso é imaginação e qualidade. O segredo é "identificar os livros que estão em falta e fazer as pessoas sentir "eu tenho que ter isto em casa"". E saber tirar partido de meios como a Internet - é por aí que hoje a Sextante se mantém em contacto com cerca de duas mil pessoas.
Mas a experiência ensinou-lhe também outras coisas. "Pobre do editor sem capital que quer jogar o jogo todo do mercado. As grandes operações de comunicação e de marketing são praticamente impossíveis para um pequeno editor". Por isso, em Janeiro deste ano, a Sextante foi comprada pela Porto Editora, e João Rodrigues espera agora poder manter o tipo de trabalho de edição que fazia, mas com as vantagens de estar integrado num grande grupo.
Mas acha que há um papel para o Estado. Por exemplo no apoio a bolsas de criação. "A criação raramente tem sido ajudada".
E também na promoção dos escritores portugueses no estrangeiro, que continua a ser "diminuta e irregular", ao contrário do que acontece com países como por exemplo a Holanda. Aliás, a Holanda pode servir de exemplo noutro aspecto: "As bibliotecas públicas compram à cabeça mil livros; isso salva uma edição". Em Portugal, lamenta João Rodrigues, "a relação da Cultura com a Educação é ainda escandalosamente débil". Alexandra Prado Coelho
Tiago Mota Saraiva
e Andreia Salavessa
arquitectos Ateliermob
Quando ganharam uma menção honrosa no concurso para o Tribunal de Grande Instância de Paris, Tiago Mota Saraiva, de 33 anos, e Andreia Salavessa, de 32, os dois sócios do Ateliermob (www.ateliermob.com), criado em 2005 em Lisboa e onde actualmente trabalham seis pessoas, esperavam ter tido algum incentivo do Estado português. "Havia também um atelier italiano e o Estado italiano deu um enorme apoio, uma grande divulgação nos meios de comunicação em Itália. Parecia que era o projecto vencedor. Nós nem tínhamos dinheiro para ir receber o prémio a França", contam.
Esse era o tipo de apoio que, dizem, o Estado podia e devia dar aos arquitectos, sobretudo os jovens. "Nunca há uma operação de Estado, e se há é sempre para apoiar os que já têm a tal reputação, notoriedade e prestígio", afirma Tiago, apontando para três palavras que sublinhara no estudo do Ministério da Cultura sobre o peso das actividades culturais e criativas na economia. Dá outro exemplo: "Quando a rainha da Dinamarca foi à China, levou muitos jovens arquitectos e todos saíram de lá com trabalhos. Portugal opta por levar sempre os construtores". Reconhece, no entanto, que já tiveram uma experiência positiva: quando foram seleccionados para ir ao Festival de Arquitecturas Vivas de Montpellier, tiveram apoio financeiro do Instituto Camões e da Direcção-Geral das Artes.
Os jovens arquitectos portugueses procuram as suas próprias vias. "A internacionalização surge muito pelos programas Erasmus e Leonardo e pela vontade de as pessoas circularem". O Ateliermob, por exemplo, tem uma estratégia de divulgação através do blogue, em português e inglês. "É uma óptima plataforma para nos projectarmos lá fora. Até há pouco tempo, fazíamos um press-release e das primeiras dez respostas nove eram de publicações internacionais". O blogue serve também para divulgar trabalhos e prémios de outros ateliers, mas "essa plataforma, uma espécie de base de dados, podia existir no Estado".
Para o Ateliermob, até agora "o grosso das encomendas tem sido concursos públicos ganhos em Portugal", mas é preciso participar em muitos, um investimento que pesa num atelier, até porque agora é "cada vez mais raro haver prémios, o prémio é a contratualização". Uma das grandes críticas de Tiago tem a ver com o Parque Escolar e com a forma como, diz, as encomendas de escolas foram feitas sem oferecer oportunidades aos mais jovens.
Com tanto que há a fazer, sobretudo numa estratégia de "acupuntura urbana" que pode contribuir para "a melhoria da qualidade de vida das pessoas", Tiago e Andreia lamentam que os jovens arquitectos não sejam melhor aproveitados, e que haja pessoas que lhes vão bater à porta oferecendo-se para trabalhar sem receber. A.P.C.
Pedro Ferreira e Rita João
designers Pedrita
Já tornaram uma garrafa de água do Luso num conjunto de sete quadrados e doze hexágonos (uma experiência geométrica que criou garrafinhas Luso de arrumação fácil) e já espalharam duas mil andorinhas Bordalo Pinheiro nas fachadas de Belém (a instalação Primavera). Os Pedrita são Pedro e Rita, Pedro Ferreira e Rita João, têm 32 anos e trabalham juntos desde a universidade, na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Criaram a sua identidade colectiva Pedrita em 2005, depois de terem passado pelo programa Erasmus (Delft e Milão) e pela escola que foi a Fabrica da Benetton. Vão do design de produto às instalações, da curadoria de exposições (em Lisboa, em Turim) aos livros sobre bolos e noites Pecha Kucha (de troca de ideias e apresentação de projectos). A dupla de designers concorda que o seu ofício está na moda. "Quando decidi ir para Design [na universidade], tive de explicar à minha avó o que eu ia estudar", recorda Rita João. "De repente, começou-se a ouvir falar, as pessoas sabem o que é". Agora "há uma moda, mas também há uma discrepância muito grande entre o número de recém-licenciados e o número de postos de trabalho", constata. Os Pedrita frisam outra coisa: o design "é um trabalho que é preciso construir devagarinho", enuncia Rita. "Lá porque temos imensos projectos não quer dizer que tenhamos um retorno financeiro" proporcional, esclarecem. No primeiro ano de actividade em Lisboa, trabalhavam quase exclusivamente para o estrangeiro. Acharam que seria sempre assim. "Surpreendentemente, reverteu-se e começaram a surgir projectos em Portugal". A indústria está a perceber que o design é uma mais-valia, que cria valor nos produtos para exportar, por exemplo, e agora encontram designers residentes nas empresas e fábricas que visitam. Neste momento, "sentimos uma enorme necessidade de voltar novamente ao mercado internacional", explica a designer. Para reactivar contactos rumam a Milão em Abril, para a feira internacional de design. E se surgem demoras ou dificuldades de financiamento, a dupla tenta reger-se por uma filosofia: "Não abandonar projectos, trabalhá-los até ao fim e passar a vendê-los". Para o projecto Fabrico Próprio, sobre pastelaria industrial portuguesa, conseguiram pequenos apoios do Instituto das Artes, do Turismo de Portugal e outros, maiores, de privados ou associações do sector. "Os subsídios e apoios são muito importantes para começar e trabalhar sem a preocupação de viabilidade económica", explica Rita João. "Permitem uma pesquisa consciente" e mais livre.
Joana Amaral Cardoso
Ricardo e Renato Freitas
Até ao Fim do Mundo Produtora
A Até ao Fim do Mundo nasceu de uma viagem até ao que os portugueses achavam ser... o fim do mundo. De Angola à Contracosta foi o documentário que os irmãos Ricardo e Renato Freitas fizeram com Paulo Camacho para a SIC, quando todos lá trabalhavam, e foi ele que levou Emídio Rangel a desafiá-los a formar uma produtora de conteúdos. Mais tarde, já nos anos 2000 e com a SIC Notícias a precisar de conteúdos, a Até ao Fim do Mundo ressuscitava e os irmãos Freitas (gémeos de 42 anos) saíam da SIC à vez, acompanhados pelo designer gráfico Agostinho Ribeiro (Paulo Camacho, também sócio, sairia para a Zon) e dedicavam-se a tempo inteiro à produtora. Hoje, a Até ao Fim do Mundo trabalha para os generalistas, para a TV paga, desenha a identidade de alguns canais (o MOV), faz produção de informação, ficção, humor (Os Contemporâneos) e lançou-se em duas aventuras extra - tem uma escola, a Odd School, e "a agência de publicidade mais pequena do mundo", a Até Mais P. Ricardo Freitas explicou ao PÚBLICO que sente o mercado a crescer, sim. "Mas ainda está a medo, tem crescido lentamente". Novos canais, novas plataformas da Zon ou do Meo a quererem conteúdos. "A ideia de fazer o grafismo de uma estação: era algo que fazíamos muito raramente e este ano já vamos para o terceiro ou quarto", explica. A produtora começou por fazer magazines - ainda o faz (Cuidado com a Língua para a RTP, por exemplo) - mas agora quer "fazer cada vez mais ficção". Nos quadros têm cerca de 40 pessoas e em cada projecto surgem muitos mais profissionais externos. O crescimento da produtora levou ao nascimento da escola, da qual se tornaram accionistas maioritários em 2009. "Precisamos de pessoal qualificado que é difícil de encontrar". A escola é como "um centro, quase um banco de ensaio". Quanto ao apoio público ou privado para os seus projectos, orgulham-se de nunca ter precisado - embora se tenham candidatado junto do antigo ICAM, sem sorte e com desilusão sobre os critérios de escolha. "Desistimos". Mas, sobretudo na produção de ficção, a subsidiação "podia ser muito útil para criar uma margem de trabalho, porque hoje é muito difícil encontrar apoio para uma longa-metragem ou para uma série". Do lado dos privados, há resistência em arriscar pela dificuldade de exportação, que rentabiliza os investimentos. "Os nossos conteúdos são muito difíceis de escoar", diz Ricardo Freitas. Por isso, vão apostar na animação, onde a legendagem e dobragem são mais comuns. E já começou, com dois anúncios para um banco angolano e para a CAN. J.A.C.
[PT] O projecto Café + Superfície de Sombreamento foi citado pelo júri do 20+10+X World Architecture Community Awards (6º Ciclo), entre 1200 projectos.
No mês passado, o mesmo Café, já tinha sido selecionado para o Top5 da eleição do Edifício do Ano 2009 da Archdaily (categoria de "Hotéis e Restaurantes"), ganho pelo atelier americano Asymptote.
[ENG] Ateliermob's project Coffee Shop + Shading Surface was cited by the jury members on the 20+10+X World Architecture Community Awards (6th Cycle), selected out of 1200 projects.
Last month, the Coffee Shop, was already on the Top 5 for the "Hotels and Restaurants" Archdaily Building of the Year 2009 award, won by Asymptote.
Projecto: Bárbara Delgado + Nuno Carneiro
Fotografias: Dora Nogueira e Fernando Zarcos
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